7/25/2007
Batalha de Cafés
Com a chegada da todo-poderosa Starbucks, a rede Fran's Café teve de se reinventar. Mas uma pequena empresa pode sobreviver ao avanço de uma corporação?
A 97ª loja da rede Fran's Café, inaugurada no fim do ano passado em São Paulo, é completamente diferente das outras unidades do grupo. Instalada numa área anexa à rede francesa de livrarias e eletrônicos Fnac, no MorumbiShopping, na zona sul da cidade, a loja tem cadeiras de acrílico vermelho e branco, sofás redondos e mesas com tampo de vidro -- um cenário concebido com a providencial ajuda de designers da Fnac. A razão para o capricho extra na decoração fica apenas alguns metros adiante, no mesmíssimo shopping. Foi ali que a americana Starbucks -- cafeteria que virou marca e marca que virou estilo de consumo -- abriu suas primeiras lojas no Brasil. E elas são um sucesso. Basta conferir as filas que se formam em frente aos caixas da Starbucks em comparação ao público rarefeito da loja do Fran's. "Isso não nos preocupa. Acreditamos que há espaço para todos e que a Starbucks será positiva para o mercado de cafés brasileiro", diz Francisco Conte, fundador do Fran's Café. Por enquanto, os americanos ainda são pequenos no Brasil -- além das duas lojas no MorumbiShopping, a Starbucks tem apenas mais três unidades, ante 100 do Fran's. Mas a perspectiva de ter um gigante na vizinhança não é nada agradável, especialmente se você fatura 30 milhões de reais e seu oponente é uma empresa com 13 000 lojas, espalhadas por 40 países, e faturamento de quase 8 bilhões de dólares por ano.
Há cerca de cinco anos, os executivos do Fran's Café perceberam que a chegada da Starbucks ao país era apenas uma questão de tempo -- e o confronto, inevitável. O primeiro sinal, em 2002, veio por meio de uma proposta feita por representantes da rede americana para que a empresa se associasse à marca no Brasil. "O custo para entrarmos na sociedade era muito alto, e não tínhamos como bancar a cota de 80% do capital que eles exigiam", diz Henrique Ribeiro, diretor do Fran's. A partir desse momento, foi estruturado um plano caso a Starbucks se instalasse aqui. O primeiro passo foi estabelecer um cronograma para ampliar a rede de lojas do Fran's de 65 para 100 unidades -- meta alcançada em janeiro deste ano. O segundo foi reforçar o marketing, uma vez que a rede era conhecida como um ponto-de-venda de café expresso, mas passava longe das chamadas "experiências" oferecidas pela Starbucks aos clientes -- decoração bem cuidada, serviço personalizado, cafés de diversas procedências, seleções musicais especialmente feitas para as lojas e um cardápio escorado tanto em versões quentes como geladas da bebida. "Esse foi o ponto mais complicado, porque exige um investimento pesado, mas reconhecemos que ainda há muito por fazer", diz Conte.
AS MUDANÇAS NO FRAN'S foram consideráveis. O café servido na loja passou a ser feito de uma mistura de grãos exclusiva que ganhou marca própria, a Fran's. O cardápio foi ampliado com san duíches e novidades, como cafés especiais e o Franccino, espécie de milk-shake de café copiado do Frappuccino, carro-chefe da rede americana. As lojas ganharam nova identidade visual e foram equipadas com sistema de conexão Wi-Fi. Louças, talheres e copos foram trocados por outros de melhor qualidade. O Fran's Café também investiu em um novo conceito de ponto-de-venda, o station, inspirado (adivinhe!) na Starbucks. Trata-se de um quiosque com 9 metros quadrados que precisa de apenas uma tomada comum para ser instalado. A miniloja tem cardápio reduzido, mas vende cafés, sanduíches e pães de queijo. Atualmente há 14 stations em São Paulo.
Ainda é cedo para dizer se as mudanças realizadas pelo Fran's Café serão suficientes para manter o crescimento da empresa frente à chegada de um concorrente tão poderoso. No entanto, não são raros os casos em que empresas locais enfrentam com galhardia concorrentes globais. Nas Filipinas, a rede de fast food Jollibee, que nasceu de um quiosque de sorvetes em Manila, reinventou-se quando soube que o McDonald's chegaria ao país, no início dos anos 80. Incorporou hambúrgueres ao cardápio, mas também adaptou pratos típicos ao modelo fast food.
Investiu maciçamente em marketing, e seu símbolo -- uma abelha vestida de cozinheira -- tornou-se um ícone nacional. Resultado: a rede conta com mais de 570 lojas nas Filipinas. O McDonald's, por sua vez, não tem mais que 300. Na Índia, a Coca-Cola enfrentou a pesadíssima concorrência de um refrigerante local, o Thumbs Up Cola, e a disputa só acabou quando a multinacional comprou a marca indiana em 1993, por 60 milhões de dólares.
"Se a companhia local souber aproveitar seu conhecimento de um mercado específico e concentrar esforços em aspectos pouco explorados pelo concorrente global, tem grande chance de manter-se atuante e crescer", disse a EXAME Niraj Dawar, professor de negócios da Universidade de Western Ontario, no Canadá, e autor do estudo "Competindo com gigantes", um clássico no assunto, publicado na Harvard Business Review. É seguindo à risca essa receita que o Fran's Café planeja crescer 35% em faturamento em 2007 e chegar até o fim do ano com 120 lojas.
Matéria de Lucas Bessel para o Portal Exame.
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Branding
Graduado em Marketing com especialização em Shopper Insights e Visual Merchandising. Atua com pesquisa e diagnóstico de programação visual, mix assorting e gerenciamento de categorias.
Quem são os profissionais de Marketing ?
Qual notícia você quer primeiro, a boa ou a má? A boa é que a Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) realizou – em parceria com a consultoria Toledo & Associados - uma pesquisa sobre o perfil dos profissionais de marketing com o objetivo de conhecer este trabalhador e realizar ações que o valorizem. A má é que, deste retrato, algumas fotos revelam dados preocupantes.
O primeiro diz respeito à formação. Apesar de 46% terem o ensino superior completo e 43% ter cursado pós-graduação, 1/4 dos profissionais entrevistados (25%), disseram não saber quais são os mais importantes autores da área de Marketing. Philippe Kotler é o mais conhecido por 61% dos 150 profissionais ouvidos em São Paulo. Depois dele, vem o brasileiro Francisco Alberto Madia de Souza, com 9% da lembrança da amostra.
“Somente 2,7% dos entrevistados leram nomes como Al Ries. Isso é imperdoável”, diz Francisco José Toledo, Sócio e Diretor-Geral da Toledo & Associados. Ele acrescenta que “Deu para perceber que eles não estão lendo publicações na área de marketing e isso é preocupante porque é uma atividade em que o profissional precisa estar atento ao que acontece no mercado”, um contraste, já que outro levantamento da mesma pesquisa indica que 64% dos profissionais afirmam que estar atualizado com as tendências, conhecer o mercado e os concorrentes são fatores determinantes para o sucesso na área.
O que você quer ser quando crescer?
Mais um dado inquietante apontado pela pesquisa foi o fato de praticamente metade dos profissionais (45%) não terem planejado o ingresso na área de marketing. “Para mim este é o índice mais grave porque é como se você nunca desejasse fazer medicina e, de uma hora para outra, decidisse ser médico”, afirma Toledo, que acredita haver um modismo acerca da profissão. “Se você perguntar a um jovem que quer fazer Marketing ele não vai saber responder o porquê da escolha”, comenta.
O estudo também mostrou uma disparidade nos salários recebidos entre homens e mulheres. Em geral, a média salarial do profissional de marketing é de R$ 2.330,00, inferior à remuneração de profissionais de vendas, por exemplo. Os Homens recebem R$ 3.000 e 20% deles estão em cargo de diretoria enquanto as mulheres, das quais 77% são gerentes, ganham R$ 1.510 em média. “É um dado surpreendente de um preconceito que um dia tem que desaparecer”, ressalta José Zetune, Presidente da ADVB. Para ele a pesquisa tem como foco “gerar reflexão e valorizar o profissional de marketing”.
A análise também concluiu um assunto comentando por muitos executivos: os marqueteiros de hoje estão cada vez mais jovens. Nada menos que 71% dos entrevistados têm entre 25 a 39 anos. Este novo profissional, entretanto, está cada vez mais fiel às empresas em que trabalha. Em média, os entrevistados atuam na atual empresa há 6 anos e, no total, em quase três empresas em um prazo médio de 11 anos como profissionais de marketing.
Artigo publicado por Bruno Mello com base na pesquisa da Toledo&Associados.
Para baixar a pesquisa na íntegra, acesse o link abaixo:
http://www.mundodomarketing.com.br/2006/downloads/PesquisaMarketingADVB.zip
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Mercado
Graduado em Marketing com especialização em Shopper Insights e Visual Merchandising. Atua com pesquisa e diagnóstico de programação visual, mix assorting e gerenciamento de categorias.
7/23/2007
Sem Poluição Visual
Edson Aparecido Borin Alves, 32 anos, da cidade de Tanabi, interior de São Paulo, o homem que vende espaço publicitário nas costas.
Agora sim, nós que estávamos acostumados com aqueles enormes informes publicitários nas ruas da cidade, já vemos um cenário bem diferente. Aos poucos as empresas e outros estabelecimentos vão investindo em outros meios de publicidade, daí saem as mais criativas ferramentas comercias das empresas, são idéias como a de colocar a frase em um galão de água: “quantos litros você já bebeu hoje?” com o logo da fornecedora de água mineral na frente, ou também investir em informes publicitários dentro dos banheiros onde a movimentação é grande, na frente de mictórios ou no caso de banheiros femininos, nas portas a frente da privada, isso ocorre muito em bares onde o volume de pessoas é grande, segmentado e diferenciado nos finais de semana. Além dos trens do metro encapados, dos BUStv que circulam agora, das companhias de táxi conveniadas com outras empresas, o segmento está mais amplo e competitivo, exigindo o Maximo de criatividade nas estratégias de marketing, convênios e parcerias que vem sendo feitas pelas empresas.
Agora que já é notada a diferença na paisagem, nas ruas, no visual em geral da cidade de São Paulo, resultado daquelas empresas que tiraram de onde estava, de suas portas, de seus predios, aquelas grotescas e gigantescas placas geradoras da poluição visual , nota-se também a arquitetura externa dos estabelecimentos, são mais cores, desings diferenciados, vitrines e objetos de desejo que agora irão chamar a atenção do consumir que passa pelo local.
Para aumentar o numero de pessoas entrando na loja de calçados, vale até virar as sandálias da vitrine para atrair aquela pessoa supersticiosa, ela entra só para desvira-las; exagero? não, isso é bizarromarketing, que por mais incrível que pareça, funciona.
Por que não colocar a logomarca da sua empresa em algo descartável que é utilizado diariamente por uma grande massa de consumidores segmentados? Um guardanapo de um restaurante com a marca de um bom vinho, um ticket de estacionamento com o logo do posto ou lava-rápido mais proximo, uma caixa de pizza com a estampa da locadora do bairro, ou a sacola da locadora com a estampa da pizzaria... são varios os namoros dentre as empresas que dão muito certo e que agora já estão sendo muito mais explorados com mais precisão.
Os autdoors já deixaram de existir na cidade e realmente pararam de contaminar nossos olhares durante a correria do dia a dia pelas ruas.
Os autdoors já deixaram de existir na cidade e realmente pararam de contaminar nossos olhares durante a correria do dia a dia pelas ruas.
Depois não se impressione ao chegar em um banheiro quando for usar o papel.... estou dizendo do papel toalha ou do secador automatico!
7/16/2007
Interatividade no PDV
A bola da vez é investir em atitude de marca, mas até que ponto isso gera decisões no PDV? Investimentos em atitude de marca podem ser um tiro no pé se a empresa não estiver atenta à nova atitude do consumidor e ao novo grupo de consumidores que se forma hoje no mercado brasileiro.
As empresas estão viciadas em seduzir o consumidor através de campanhas multimilionárias no horário nobre, mas abandonaram o PDV. A marca deve mostrar sua atitude no PDV, onde a maioria das decisões de compra são tomadas.
Um dos melhores caminhos é gerar experiência de marca através de marketing sensorial e interativo, seduzindo o consumidor a interagir com a marca e com seus produtos. Inovação, sedução e valor podem estar agregados à praticidade e interatividade. O residual dessa experiência gera resultados tanto imediatos como de longo prazo, aproximando o consumidor da marca.
Infelizmente, o marketing no Brasil ainda considera “10x sem juros” suficiente para gerar consumidores fiéis a uma marca, e pensa muito pouco em inovar. Em um mercado onde interatividade se resume a um web site bem feito, idéias inovadoras que levam interatividade para o espaço físico ainda parecem coisa de outro mundo. Poderiam até ser idéias de outro mundo se ações interativas no PDV em países da Europa e nos EUA não tivessem aumentado em mais de 60% o fluxo nas lojas e em até 40% a venda dos produtos. Interatividade vai muito além de um click!
Conquistar o consumidor não é um bicho de sete cabeças. Mudar a visão ultrapassada de consumidor é que está cada vez mais difícil. O marketing das empresas precisa romper com a idéia de consumidor das últimas décadas. Afinal, o poder de decisão do consumidor atual é apenas o resultado do que o próprio mercado ofereceu para ele nos últimos 10 anos.
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Consumo
Graduado em Marketing com especialização em Shopper Insights e Visual Merchandising. Atua com pesquisa e diagnóstico de programação visual, mix assorting e gerenciamento de categorias.
7/10/2007
Quando se fala na economia do Brasil, pode-se falar que ela está indo muito bem, obrigado. Seguindo este ritmo, muitos acreditam que o Dólar pode chegar a casa dos R$1,7... o que é muito bom para a nossa economia; e a projeção para os proximos 12 meses é boa, esperemos que continue assim. Eu mesmo fico impressionado quando vejo a bovespa batendo recordes e recordes a cada dia que passa, A bolsa que deve entrar para o Guinnes, o livro dos récordes.. o que é excelente no momento para a economia brasileira e para as empresas, porem não podemos ficar sem nos perguntar - quando ela vai parar? quando vai começar a cair? quando não é mais seguro investir em empresas Brasileiras? Isso é o que todos perguntam, por muitas vezes a Bovespa depende da "imagem" do País lá fora, dos acontecimentos e da influencia do mercado externo para que os empresários de outros países continuem investindo em ações de empresas Brasileiras, que geram o crescimento da economia no país verde e amarelo, como vem acontecendo ultimamente. O que a Bovespa vem fazendo, é tentar mudar um pouco este cenário, mudar a cultura do brasileiro (o que é muito díficil) dando cursos de educação financeira doméstica! isso mesmo, para educar e ensinar ao brasileiro como controlar seus gastos, no dia-a-dia, como alimentação, vestuário, lazer, saúde, tudo... você pode conferir e começar a se policiar nos seus gastos, baixando a planilha de gastos mensais no site da bovespa.
Assim no final do mês sobra uma graninha extra. E o que fazer com essa graninha extra? Gastar? Não... INVESTIR!!
Essa é a missão da bovespa, que de tempos para ca, conseguiu mudar a cabeça de muitos brasileiros, para que investissem em alguma empresa Brasileira, assim fortalecendo a economia e gerando um superávit de receitas para que as empresas possam crescer cada dia mais, levando todos os aspectos economicos do país para frente, alcançando outros patamares. O que é muito engraçado, comparada a economia Japonesa por exemplo, que o governo implora para a população gastar seu dinheiro guardado, eles facilitam os créditos, financiamentos, empréstimos para a população; más os japoneses não querem saber de gastar. A pesquisa revelada pelo instituto de pesquisa economica aplicada (ipem), mostra que os cidadãos nipônicos tem em suas contas, poupanças ou em investimento privado, uma média de equivalente a R$20.000,00. O que faz com que as empresas e a economia em si tenha um superávit gigantesco, de recursos financeiros para acelerar cada vez mais a potencia. O que no Brasil vai demorar um pouco, pois aqui o que temos é uma população "consumista compulsiva", que não pensa antes de financiar um carro ou uma casa por trocentos meses, onde somados todos os juros pagos pelo financiamento, o resultado daria para fazer um belo investimento e comprar um carro melhor no futuro... aqui o consumidor quer a sua realização, não quer esperar, não tem paciencia e não prospera com as expectativas dos outros ou melhor, das empresas brasileiras. Mudar essa cultura será um pouco dificil, mais eu ainda acredito que o Brasil tem jeito, se tudo começar a mudar lá de cima, que é o exemplo para a população, daqueles que estão no governo, dirigindo a máquina da fortuna, porem gastando muito e investindo pouco.
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