Twitter, mídias socias, a era do 3G e a ascensão do crowdtelligence (inteligência de mercado focado no uso das massas) têm sempre grande impacto na nossa forma de "fazer" marcas, e a maneira que as marcas, por sua vez, fazem negócios.
Anos depois da criação dos serviços de blogging, a primeira onda de blogs corporativos inunda a web e agora, em 2009, parece que o setor começa a acertar o passo. Empresas como a Coca-Cola, Marriott e Kodak recentemente recrutaram blogueiros-chefe, com ou sem o título real de CBO (chief blogging office) para contar suas histórias e envolver os consumidores.
Hoje, pouco mais de 11% das empresas citadas na Fortune 500 têm blog corporativo, de acordo com o relatório SocialText, e apenas uma quantidade mínima tem um blogueiro-chefe designado para a tarefa. O número de blogs corporativos cresceu lentamente e constantemente desde o final de 2005, quando apenas 4% das empresas tinham qualquer tipo de blog.
O período de “Temos que fazer isso também” passou e agora as pessoas estão avaliando os blogs como ferramentas e cada vez mais os blogs estão se popularizando porque as empresas estão percebendo sua real utilidade. Existem hoje em torno de 60 blogs corporativos entre as empresas da Fortune 500 e poucas utilizem o título sedutor de blogueiro-chefe. Eu acredito que o título pouco importa, já que o essencial é a voz da marca. O que não dá é achar que o estagiário de RH deve fazer isso, aí já é demais.
Ninguém está dizendo que um blog porta-voz é necessário para todas as marcas, mas muitas empresas usam blogs por razões diferentes, como humanizar a empresa (Microsoft), tornar a empresa mais aberta (Dell) ou ter mais contato com seus clientes (Lancôme), mas está mais do que claro que o consumidor já está na web falando tudo o que pensa sobre as marcas que lida todos os dias.
Mas se a empresa resolver começar agora, depois de ler esse post, saiba que não é esse o jeito certo de iniciar a vida blogueira da sua empresa. Diretores de inovação e mídias sociais já pregam que primeiro é necessário ler o que já escreveram sobre sua marca, depois comentar sobre o que seus clientes escrevem e por fim começar a escrever um blog de fato.
Há muitos anos as empresas querem manter mais contato com seus clientes e depois dos eventos caríssimos e dos call-centers inúteis, os blogs parecem ser a forma mais fácil disso acontecer. O trabalho parece fácil, mas não é, porque quando de fato se chega às mídias sociais é que se descobre que os números são na verdade pessoas e pessoas que elogiam e criticam.
32% dos consumidores avaliam negativamente a marca se torna 12.000 pessoas na comunidade “Eu odeio Nike Shox” do Orkut. 62% dos usuários sem sinal 3G nos Estados Unidos se torna um Trending Topic do Twitter com 14.000 tweets sobre “A falha do sistema dos celulares Sidekick”.
Encarar a inovação é sempre difícil, as empresas odeiam inovar, porque exige mais trabalho, exige mudança, mas o que não dá é continuar achando que mídias sociais são apenas válvulas de escape de pessoas desocupadas e fúteis.
Um comentário:
Ah,
Já é um passo. Embora que um passo meio torto.
Em blog, entra quem quer, comenta quem quer. Sem precisar ser simpático se não quiser ser. Se eu não gosto de um marca, não tenho porque dizer que gosto. E no caso da Microsoft, por exemplo, mesmo que use de seus programas, não preciso me desfazer em elogios.
É a grande oportunidade de conquistar os consumidores sabendo o que eles pensam, sem restrição alguma.
A internet é o mundo maravilhoso. Tomara que eles não venham para avacalhar isso.
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