"Fazer contas dos gastos pessoais ajuda a relembrar na hora de comprar por impulso"
No Brasil ainda não temos a boa sorte de aprender sobre educação financeira nas escolas. Apenas algumas escolas privadas começam agora a tocar no assunto com alunos do ensino fundamental e médio. E com a falta de informação sobre como lidar com o dinheiro, muitos brasileiros acabam aprendendo no método "quebrando a cara", ou seja, quando se afundam em dívidas pelo mero desejo de ter antes de ser.
"Porque a gente aprende educação financeira pela dor. E aqueles que não tiveram educação financeira nas antigas gerações, aprenderam isso pela dor."
Pensar no futuro é poupar no presente. São poucos os que agiram dessa forma no passado, sendo os idosos que o fizeram e possuem hoje uma vida "tranquila" após os 60 anos, somam apenas 1% da faixa no Brasil. Um número muito, muito pequeno.
Netto Filho abordou o pensamento da grande maioria, que deseja adquirir um bem ou serviço antes de ter recursos para tal, o que ele chama de "pensamento de pobre", enquanto o rico pensa de uma forma diferente: pensa no ser antes de ter. Sendo os pobres (de informação) induzidos pelas influencias do mercado e criando desejos inexistentes por produtos e serviços que, na maioria das vezes, são desnecessários e criam dívidas indesejáveis nos custos diários na vida de uma pessoa, levando-a ao saldo negativo no banco e gerando lucro pro banqueiro.
"O Brasileiro compra o que quer e não o que precisa."
Pensamento de rico: "Eu vou ser, para ter e fazer"
Pensamento de pobre: "Primeiro vou fazer, para ter e ser"
A falta de informação e orientação na infância, principalmente em casa, reflete por toda a vida de uma pessoa. O professor Netto Filho fez uma comparação ao lembrar sobre a leitura, onde a média de livros lidos por um brasileiro é de 0,7 livro por ano - quase um-. Pra se ter uma idéia, comparando com a França, para cada 4 mil franceses existe 1 livraria, enquanto para cada 69 mil brasileiros existe apenas 1 livraria.
Fizemos uma conta básica pra ter noção da vida financeira de um jovem estudante universitário. O caso fictício que retrata a realidade de muitos pelo Brasil. André, 21 anos, estudante, mora com os pais, com salário de R$1.000,00, que ganhou um carro e tem uma namorada. Veja abaixo o montante aproximado do que ele gasta:
Despesas do André, por mês:
Combustível : 200,00
Seguro: 220,00
Ipva: 50,00
Manutenção: 50,00
2 Saídas com namorada: 400,00
Romance (rs): 150,00
Academia: 100,00
Roupas: 300,00
Celular: 50,00
Happy hour: 200,00
Higiene e beleza 100,00
Total: R$ 1820,00
"A psicologia financeira tem que ser tratada." - Se ver alguém com vários cartões de crédito diferentes na carteira, sorrindo, achando que está abalando, indique essa pessoa a um psicólogo.
Pensamentos do "jeitinho brasileiro" devem ser exterminados da nossa vida o quanto antes, se quisermos mudar a nossa saúde financeira, pois são eles que nos fazem gastar por vaidade, influência, status - vitória (nesse caso derrota) pública, ou qualquer outro fator externo que incentive o gasto desnecessário, promovido pelo desejo.
Um exemplo é a pessoa que fala "eu trabalho, eu mereço" vai no shopping, usa o cartão de crédito ou cheque, esquece dos gastos fixos e variáveis do mês, quebra e fica no vermelho, devendo pro banco que lucra com o seu erro no pensamento.
Aquele história do vizinho, que vê o carro novo do outro e cria o desejo de trocar o seu carro "velho" por um novo, por mais que ele não precise disso. Ele compra o que não precisa pra agradar a quem não gosta.
Quanto custa um filho? Para fomentar a educação financeira à partir de casa, é necessário falar para o filho quanto que ele custa por mês, assim ele já cria consciência do quanto gasta e começa a dar valor no dinheiro. Poucos param pra pensar nos custos que um filho pode gerar em anos somados. Fizemos uma conta com os pais presentes no curso e o resultado foi impressionante:
Um filho que custa em torno de R$ 350,00 por mês (estudando em escola pública e economizando muito), se tivesse esse dinheiro aplicado em 10 anos, com correções e tudo mais, daria pra chegar em R$ 500.000,000 facilmente. O que significa que em 20 anos muitos brasileiros poderiam atingir o seu primeiro milhão.
E depois de atingir o primeiro milhão, seguindo o pensamento de rico, fica fácil pra botar o dinheiro pra trabalhar pra você, via investimentos, já que o que te move é primeiro ser, para depois ter e poder fazer.
O curso sobre Finanças pessoais (Educar) acontece na própria Bovespa e é gratuito. Além dos cursos presenciais, o site oferece cursos online. As inscrições podem ser realizadas no site da Bovespa com antecedência, já que as vagas são limitadas:
http://senta.la/h01c
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